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Com 2,5 mil suspeitas de febre-amarela, OMS segue apreensiva com Angola

Campanhas de vacinação decorrem em várias províncias. Foto: OMS/S. Hawkey

Com 2,5 mil suspeitas de febre-amarela, OMS segue apreensiva com Angola

Agência da ONU confirma 301 mortes; entre os milhares de casos suspeitos, 747 foram confirmados em laboratório; apesar das campanhas de vacinação, vírus persiste em vários distritos do país e há risco de se espalhar.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Angola já reportou à Organização Mundial da Saúde, OMS, 2.536 suspeitas de febre-amarela e 301 mortes.  Entre os casos, 747 foram confirmados em laboratório.

O surto em Angola continua a ser motivo de grande preocupação da OMS devido à persistência da transmissão na capital Luanda, mesmo após a vacinação de 7 milhões de pessoas.

Fronteiras

Outras províncias muito povoadas já reportaram casos de febre-amarela e o surto continua a espalhar-se por novas províncias e distritos. A OMS também teme que o vírus alcance outros países africanos, especialmente devido ao fluxo social e das atividades económicas nas fronteiras.

A agência aponta ainda que falta vigilância adequada para identificar com rapidez novos focos. Em áreas de difícil alcance, como Cabinda, o índice de suspeita de transmissão é alto.

Mais Países

Huambo, Benguela, Cuanza Sul, Huíla e Uíje são outras províncias onde decorrem campanhas de vacinação. A OMS lembra que três países confirmaram casos de febre-amarela “importados” de Angola República Democrática do Congo, com 41 pacientes; China, com 11 casos e Quénia com dois.

O facto ressalta o risco de mais casos internacionais em viajantes não imunizados. Uganda, por exemplo, já reportou 60 pacientes com febre-amarela.

Em Angola e na RD Congo, o vírus está muito concentrado nas grandes cidades. O risco que de expansão e a transmissão local em outras províncias de Angola, RD Congo e Uganda continua a causar séria preocupação para a OMS.

Existe também o potencial de casos em nações antes consideradas de baixo risco, como Namíbia e Zâmbia, especialmente porque trabalhadores estrangeiros e viajantes podem não estar vacinados.

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