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OMS fala de impacto do El Niño no aumento de surtos de febre-amarela

Criança recebe vacina contra a febre-amarela. Foto: ONU/Marie Frechon

OMS fala de impacto do El Niño no aumento de surtos de febre-amarela

Agência alerta para possíveis problemas com subida de casos nos próximos meses; epidemia de febre-amarela provocou 277 mortes e mais de 2,1 mil casos em Angola; surto está presente em três países de África.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Uma especialista da Organização Mundial da Saúde, OMS, que acompanha a evolução da febre-amarela em África associou o forte fenómeno climático El Niño ao surto que afeta gravemente Angola.

Falando a jornalistas, em Genebra, Sylvie Bruianb relacionou as alterações do clima ao aumento do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite o vírus zika. O problema diminuiu a disponibilidade de vacinas.

Vacinas

Como revelou, um dos fatores para a crise seria provavelmente o El Niño bastante severo, que resulta no que chamou "enorme surto de zika" na América do Sul e na epidemia de febre-amarela em África. A especialista acrescentou que a entrega de vacinas, que já tem sido insuficiente, pode tornar-se mais difícil com o aumento de surtos nos próximos meses.

O esclarecimento foi feito numa sessão que abordou a situação em vários países e os desafios de resposta.

Ela disse que as dificuldades incluem uma resposta para a epidemia a tempo útil e o fornecimento de vacinas. O facto de o surto ocorrer em áreas urbanas, muito difíceis de controlar e que estão em contacto com o mundo, reforça a necessidade de vacinação contra a febre-amarela para conter a contaminação.

Casos

Angola registou 2,143 casos suspeitos e 277 mortes devido à febre-amarela. O país é o mais afetado em África. Os outros casos ocorrem na República Democrática do Congo, com 39 pacientes confirmados, e no Quénia, com sete.

A agência destaca que também foram exportados casos de febre-amarela para a China e o Uganda.

O apoio dado pela OMS ao países inclui melhorar a vigilância para controlar o surto, controlar o vetor e ajudar a vacinação, considerada a melhor forma de combater a doença. A agência ajuda a gerir os casos para reduzir a mortalidade.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.