ONU está levando extremamente a sério novas alegações de abusos sexuais
Alto Comissário para os Direitos Humanos considera “doentios” os casos ocorridos na República Centro-Africana; soldados de paz do contingente da França teriam abusado e explorado sexualmente mulheres e meninas.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos descreveu como “doentias” as novas alegações de abuso sexual envolvendo soldados de paz na República Centro-Africana.
Integrantes do contingente da França que fazem parte da Missão da ONU no país africano e de grupos armados locais teriam abusado e explorado sexualmente mulheres e meninas na cidade de Kemo.
Proteção
Zeid Al Hussein explica que uma grande investigação já está em andamento e equipes da ONU foram enviadas à região nas últimas duas semanas. O alto comissário afirmou que “não deve sobrar pedra sobre pedra” e disse que as Nações Unidas estão levando as alegações extremamente à sério.
Zeid lembrou ser vital para as vítimas receber proteção e todos os cuidados. A maioria das alegações está ligada aos contingentes do Burundi, do Gabão e da França, presentes na região de Kemo entre 2013 e 2015. Alegações ocorridas em outras áreas da República Centro-Africana também estão sendo investigadas.
Procedimentos
As autoridades dos três países já foram notificadas sobre as alegações envolvendo suas tropas. O alto comissário da ONU disse que essas nações precisam interromper o ciclo de abusos, punir os responsáveis e prevenir novos incidentes.
Nesses casos, os soldados saem da Missão da ONU e são enviados de volta aos seus países de origem. Mas para Zeid Al Hussein simplesmente enviá-los de volta para casa é “uma resposta totalmente inadequada para atos como estupro de menores”.
Por parte da ONU, ele explicou que a organização se compromete em expor esses crimes e fazer todo o possível para pressionar os países envolvidos, para que exista responsabilização dos autores dos abusos.
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