Violência entre comunidades e Boko Haram fazem mais vítimas na Nigéria
Pelo menos 300 pessoas morreram em confrontos entre agricultores e pastores no estado central de Benue; Ocha alerta sobre a persistente falta de fundos para alargar auxílio aos deslocados pelas milícias que atuam no nordeste.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários destacou a falta de recursos para apoiar as vítimas de confrontos recentes na Nigéria.
Pelo menos 300 pessoas morreram e mais de 7 mil foram deslocadas em seis comunidades devido à violência ocorrida na semana passada na área de Agatu, no estado central de Benue.
Investigação
Os agricultores Agatu, de maioria cristã, acusam os pastores muçulmanos Fulani de invadir as suas terras para destruir colheitas. Os deslocados procuram refúgio principalmente nas áreas de Demsa, Numan e Yola, no norte.
Esta segunda-feira, fontes oficiais nigerianas anunciaram que o presidente Muhammadu Buhari deu ordens para o início de uma investigação sobre o incidente.
Boko Haram
Além dos ataques relacionados à migração, o país sofre os efeitos dos insurgentes Boko Haram no nordeste.
Em nota, a entidade da ONU revela que a falta de financiamento continua a ser um obstáculo para alargar o auxílio. Para 2016, o plano de resposta humanitária recebeu apenas 4% dos US$ 248 milhões solicitados.
Apoio Psicossocial
A Organização Internacional para Migrações, OIM, distribuiu suprimentos básicos para os afetados, incluindo utensílios de cozinha, sabão, cobertores e esteiras. A ONG Crudan-Tearfund fornece apoio psicossocial e medicamentos para mulheres lactantes e crianças.
Cerca de 2,7 milhões de nigerianos foram deslocados pela violência do Boko Haram e pelas operações militares contra o grupo armado. O país acolhe 2,2 milhões e os restantes estão nos vizinhos Camarões, Chade e Níger.
Em 2015, as Nações Unidas concederam US$ 20 milhões à Nigéria para ajudar com abrigos de emergência, cuidados de saúde, serviços de saneamento e nutrição para as pessoas afetadas que vivem em campos superlotados no nordeste.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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