Sucesso de negociações do Burundi deve permitir avanços em África
Declarações foram feitas à Rádio ONU pelo embaixador angolano junto às Nações Unidas; Angola coordena o grupo do Conselho de Segurança que trata da prevenção e resolução de conflitos em África.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O embaixador de Angola junto às Nações Unidas disse à Rádio ONU que a comunidade internacional deve promover uma maior inclusão no Burundi.
Ismael Martins falou à Rádio ONU, de Luanda, sobre o processo de paz burundês que recomeçou esta segunda-feira em Kampala, no Uganda. Angola lidera o grupo de Estados-membros do Conselho de Segurança que trata da prevenção e resolução de conflitos em África.
Inimigos
"Nós como comunidade internacional temos que fazer as leituras apropriadas: trabalhar com os burundeses, levá-los a maior inclusão do resto da população. Os opositores devem ser opositores e não inimigos para construir juntos."
De acordo com o diplomata angolano, o Conselho de Segurança e a União Africana devem enviar em breve as suas delegações ao país africano, como parte de ações para travar o início de um conflito.
Grandes Lagos
O Burundi foi o primeiro ponto de uma digressão realizada há dias. Angola fez parte da deslocação como presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, um mandato bienal que termina este ano.
O embaixador disse que o presidente Pierre Nkurunziza foi abordado pelos representantes que destacaram as alternativas para a paz no Burundi.
"Estivemos no Burundi, no Ruanda e no Uganda acompanhados pela comunidade internacional nomeadamente a própria União Africana e as Nações Unidas. Este diálogo inclusivo vai fazer com que burundeses se reencontrem e, ao se reencontrarem trazer a paz numa região que precisa, para todo o resto do continente e para que aquela região da África Central e dos países da Sadc (Comunidade dos Países da África Austral) para que essa parte grande e muito importante do continente africano possa voltar a uma estabilidade que permita também o crescimento económico."
Refugiados
Na segunda-feira, a mesa de diálogo de Kampala teve representantes do governo, da oposição e da sociedade civil do Burundi. O processo deve prosseguir na Tanzânia a partir de 6 de janeiro.
As Nações Unidas estimam que a violência pode ter provocado a morte de mais de 400 burundeses desde abril. Os países vizinhos acolhem cerca de 220 mil refugiados do país.
As negociações são acompanhadas pelo enviado do secretário-geral das Nações Unidas para o Burundi, Jamal Benomar.
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