Quase 8 mil pessoas foram mortas no leste da Ucrânia
É o que revela um relatório divulgado pela missão de direitos humanos da ONU no país; alto comissário Zeid Al Hussein afirma que total de vítimas tem aumentado nos últimos três meses e pede fim das hostilidades.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Missão da ONU de Monitoramento dos Direitos Humanos na Ucrânia divulgou esta terça-feira seu 11° relatório sobre a situação no país. Quase 8 mil pessoas foram mortas desde meados de abril do ano passado, incluindo civis e integrantes das Forças Armadas e de grupos armados.
O chefe de Direitos Humanos da ONU declarou que o aumento de mortes, especialmente nos últimos três meses, é “perturbador”. Zeid Al Hussein afirma que mais precisa ser feito para proteger os civis e “colocar um fim completo às hostilidades”.
Fogo Cruzado
Entre abril de 2014 e meados de agosto deste ano, o número de feridos passou de 17,8 mil. Segundo o documento, a retirada de armas pesadas, como previsto no Acordo de Minsk, foi apenas parcial. Diariamente, militares ucranianos estariam usando morteiros, canhões e foguetes durante a troca de fogo na linha de contato.
O novo relatório cobre o período de 16 de maio a 15 de agosto, quando 105 pessoas foram mortas e 308 feridas. O número de vítimas mais que dobrou em comparação com os três meses anteriores.
Situação Pior
A maioria das mortes de civis teria sido causada por bombardeios em territórios controlados por grupos armados. A presença de “combatentes estrangeiros e o uso de armas sofisticadas e munição da Rússia” também contribuem para a continuação do conflito na Ucrânia, especialmente em Donetsk e Luhansk.
Segundo o relatório de direitos humanos, os civis enfrentam incertezas diariamente e a situação está piorando, principalmente no acesso à água e à comida.
Violações
O documento preparado pela equipe da ONU destaca ainda a falta de liberdade de movimento para as pessoas em áreas de risco na Ucrânia. E além dos assassinatos, continuam os casos de sequestros, tortura, tratamento cruel, trabalho forçado e violência sexual nos territórios proclamados como “república de Donetsk” e “república de Luhansk”.
Nesses territórios, 3 milhões de pessoas continuam morando, mas sem nenhuma proteção contra abusos e violações dos direitos humanos. O relatório também nota que essas violações continuam sendo cometidas também por autoridades na República Autônoma da Criméia.
Leia Mais: