Confrontos na República Centro-Africana atenuaram esta quinta-feira
Crise iniciou após supostos combatentes anti-Balaka terem decapitado um jovem muçulmano; pelo menos 10 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas na cidade de Bambari.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, manifestou preocupação com o aumento da violência e com o seu impacto nos civis da cidade de Bambari, no sudeste da República Centro-Africana.
A agência informou que nos últimos dias ocorreram confrontos entre milícias rivais, que atenuaram esta quinta-feira.
Deslocamento
Funcionários do Acnur disseram que o ambiente é "muito tenso" na área, e temem que a situação volte a piorar. De acordo com testemunhas, os deslocados estão "extremamente assustados".
O representante da agência na República Centro-Africana, Kouassi Etien, contou que também está apreensiva com centenas de refugiados sudaneses isolados num acampamento da região com "um alto risco de ataques."
Mediação
Mais de 8 mil pessoas regressaram desde maio passado a Bambari, graças a iniciativas intercomunitárias de mediação e reconciliação. A segurança também tinha melhorado na área que foi marcada pela violência desde o início de 2014.
Desde 20 de agosto, os novos combates entre milícias rivais levaram cerca de 3 mil pessoas a pedir abrigo no complexo da Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca.
Acesso Limitado
As condições de vida são consideradas terríveis no local. Trata-se de uma antiga fábrica de algodão sem instalações sanitárias e com acesso limitado à água e aos abrigos.
A crise começou após um muçulmano de 19 anos ter sido decapitado por supostos combatentes anti-Balaka. Os violentos ataques retaliatórios que seguiram deixaram pelo menos 10 mortos e vários feridos.
De acordo com relatos da ONU, há um aumento das milícias armadas em Bambari. Com a falta de acesso das agências às populações locais, foi aberto um corredor humanitário para o aeroporto na terça-feira.
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