Acnur precisa de € 331 milhões para apoiar refugiados centro-africanos

Centro-africanos num acampamento na RD Congo. Foto: Acnur/B.Sokol

Acnur precisa de € 331 milhões para apoiar refugiados centro-africanos

Agência informou que cerca de 10% da população vive no exterior; recém-chegados no norte da vizinha RD Congo falam de aldeias queimadas e episódios de violência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, precisa de € 331 milhões para ajudar a mais de 460 mil pessoas que fugiram da República Centro-Africana para os países vizinhos.

O Plano de Resposta Regional para os Refugiados prevê a distribuição de alimentos, água potável, abrigo, saúde, proteção e outros serviços básicos. Os beneficiários estão abrigados nos Camarões, no Chade, no Congo e na República Democrática do Congo.

Milícias

Somente desde dezembro de 2013, cerca de 190 mil pessoas fugiram do país após a invasão de milícias anti-Balaka à capital, Bangui. Neste momento, a nação africana tem mais de 430 mil deslocados internos.

O Acnur destaca que cerca de 10% da população vive no exílio. A preocupação é que com violência em curso o número aumente até ao fim do ano.

Condições

Uma equipa da agência que operou na área de Bosobolo na província do Equador, no norte na República Democrática do Congo, falou de condições dramáticas vividas na área considerada extremamente remota e inacessível.

Vários centro-africanos continuam a atravessar diariamente o rio Oubangui com histórias de aldeias queimadas ou episódios de violência e assassinatos.  Para os refugiados que chegaram com ferimentos de bala, a equipa de avaliação usou os seus veículos como ambulâncias para evacuar feridos para um hospital local.

A maioria dos refugiados centro-africanos segue para norte de Camarões e para o sul do Chade, que são já destinos de milhares de fugitivos da violência no nordeste da Nigéria.