Sudão do Sul vive uma “tragédia”, segundo subsecretário-geral da ONU
No dia em que país mais novo do mundo completa quatro anos de independência, Hervé Ladsous lembra das vítimas do conflito, dos refugiados e deslocados internos; Ban fala em 4,6 milhões a sofrer pela falta de comida.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Sudão do Sul completa quatro anos de independência neste 9 de julho, mas o subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz afirma ser “motivo de tristeza imensa” saber que a nação passa por um conflito desde 2013.
Hervé Ladsous foi entrevistado pela Rádio ONU na tarde de quarta-feira, quando falou ao Conselho de Segurança sobre a situação no país.
Sofrimento
O subsecretário-geral avalia que o Sudão do Sul vive uma “tragédia, com imenso sofrimento, dezenas de milhares de vítimas, refugiados e deslocados internos”, no que pode ser considerada uma “enorme crise humanitária”.
Ao Conselho de Segurança, Ladsous ressaltou que uma solução política e um cessar-fogo necessitam de facto ocorrer porque segundo ele, “a guerra precisa acabar”.
Desenvolvimento
O subsecretário-geral disse que os cidadãos sul-sudaneses precisam questionar o governo sobre o que foi feito com o dinheiro dos royalties do petróleo adquirido na época da
O secretário-geral das Nações Unidas também se pronunciou sobre o aniversário do Sudão do Sul. Ban Ki-moon lembrou que lá esteve há quatro anos, quando “cidadãos orgulhosos viam a bandeira do país subir pela primeira vez”.
Solução Política
Segundo Ban, os sul-sudaneses sofrem altos “níveis de violência e de abuso sexual”, com 150 mil abrigados nas bases da Missão da ONU no país. O chefe das Nações Unidas disse que 4,6 milhões sofrem com a insegurança alimentar severa.
Ban Ki-moon faz um apelo aos líderes, em especial ao presidente Salva Kiir e ao ex-vice, Riek Machar, para que “provem sua liderança, invistam numa solução política e concluam o acordo de paz”.
O secretário-geral destacou que “paz, desenvolvimento e direitos humanos são direitos de nascimento do povo do Sudão do Sul” e a promessa de “celebrar uma nova nação precisa ser resgatada”.
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