Ban pede fim de crise ao celebrar aniversário do Sudão do Sul

Mais nova nação do mundo comemora três anos de independência neste 9 de julho; secretário-geral lamenta assassinatos e atrocidades cometidas contra civis desde a crise iniciada em dezembro passado.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Por ocasião do terceiro aniversário da independência do Sudão do Sul, celebrado este 9 de julho, o secretário-geral da ONU relembrou as “esperanças e expectativas” da população à época da criação do novo país.

Ban Ki-moon lamentou que essas esperanças tenham sido frustradas pelo conflito iniciado em dezembro passado, com assassinatos de “milhares de sul-sudaneses” e “atrocidades cometidas contra civis”.

Miséria

Para o secretário-geral, a população está a arcar com o fracasso em terminar com o conflito. O povo do Sudão do Sul está a viver na miséria e a enfrentar fome, enfermidades e insegurança, acrescentou Ban.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e centenas de milhares estão sob a ameaça de passar fome nos próximos meses.

Na mensagem de aniversário, o secretário-geral lembra aos líderes do Sudão do Sul que esta é uma crise “criada por homens”, sendo de responsabilidade deles pôr fim ao conflito.

Líderes

Aos líderes políticos da mais nova nação do mundo, Ban Ki-moon pede que baixem as suas armas e retornem de imediato à mesa de negociações. Ao povo do Sudão do Sul, o secretário-geral reafirma o compromisso das Nações Unidas em apoiá-los e fornecer proteção e assistência humanitária.

Em meados de dezembro passado, tensões políticas entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice, Riek Machar, deram início a um conflito que afetou imensamente a população.

Cerca de 100 mil pessoas procuraram abrigo nas bases da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, que tomou uma decisão sem precedentes de abrir as suas portas aos desalojados.

As crianças correm risco de morrer pela má-nutrição e o Unicef acredita que 235 mil menores devem precisar de tratamento devido a problemas de saúde causados pela insegurança alimentar.

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