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Em poucos meses, 1,3 milhão de pessoas abandonaram suas casas no Iémen

Crianças iemenitas. Foto: Ocha/Charlotte Cans

Em poucos meses, 1,3 milhão de pessoas abandonaram suas casas no Iémen

Chefe humanitário da ONU alerta para a fome a ameaçar a vida de milhões de civis; mais de 3,2 mil morreram desde a escalada do conflito em março; Stephen O’Brien faz novo apelo por acesso humanitário imediato no país.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários continua “extremamente preocupado com a situação no Iémen”. Stephen O’Brien informou que desde março, mais de 3,2 mil pessoas foram mortas e 1,3 milhão deixaram as suas casas e estão desalojados.

O’Brien é também diretor do Ocha, o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários. Segundo ele, milhões estão a correr risco de fome, porque a assistência alimentar não consegue chegar aos necessitados no Iémen.

Ataques

Muitos estão a morrer porque os hospitais estão a fechar, já que não há combustível para manter os aparelhos a funcionar. O chefe do Ocha lembra ser preciso permitir a entrada de ajuda humanitária no país e ele voltou a pedir o fim dos confrontos.

Nos últimos dias, O’Brien foi informado sobre ataques num jardim de infância a abrigar refugiados em Áden, além de foguetes disparados contra civis em bairros da cidade. Mercados em Lahj, Amran e Hajjah também foram atacados.

Proteção

O chefe do Ocha diz que se confirmados, os actos podem ser considerados “um claro desprezo pela vida humana”. Stephen O’Brien destaca que pela lei internacional, todas as partes em conflito têm a obrigação de proteger os civis.

O subsecretário-geral fez um novo apelo por uma “pausa humanitária imediata e incondicional no Iémen”. O’Brien espera que os civis tenham permissão para circular por áreas mais seguras, sem medo de ataque.

Agências humanitárias também devem ter acesso para poder tratar os feridos e entregar água comida, combustível e medicamento “a pessoas desesperadas”, relatou. Segundo O’Brien, enquanto alguns procuram encontrar uma solução política para o fim do conflito, os trabalhadores humanitários estão a correr contra o tempo para ajudar milhões de civis iemenitas.

*Apresentação: Denise Costa.

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