Acnur retrata "emergência dentro de uma emergência" no Sudão do Sul
Conflito deslocou 14 mil pessoas no fim de semana; julho deve registar 4,6 milhões de vítimas de insegurança alimentar, o pico desde o início da crise há dois anos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, apontou a situação no Sudão do Sul como "uma emergência dentro de uma emergência".
No fim de semana, mais de 14 mil pessoas abandonaram as suas casas devido a confrontos. Em nota, a agência destaca que as vítimas são principalmente mulheres e crianças.
Complicação
Entretanto, cerca de 160 mil sul-sudaneses procuram abrigo no vizinho Sudão desde o início dos confrontos entre o governo e os rebeldes em dezembro de 2013.
De acordo com o Acnur, a prioridade fundamental das agências humanitárias é a preparação para a estação das chuvas, que deve começar nas próximas semanas. A previsão é que as operações sejam mais complicadas no período.
Riscos
A agência também considera vital que seja rapidamente ampliada a oferta de água, de saneamento e de higiene. As chuvas devem aumentar o risco de doenças transmitidas pela água como disenteria e cólera, alerta o Acnur.
A entidade disse ter recebido 10% dos US$ 152 milhões solicitados para ajudar aos refugiados sudaneses no Sudão do Sul.
Situação Humanitária
As Nações Unidas apontam para o agravamento significativo da situação humanitária no Sudão do Sul nos últimos dois meses, com as operações militares mais intensas nos estados do Alto Nilo e de Unidade.
A estimativa é que 4,6 milhões enfrentem insegurança alimentar grave até julho, que será o número mais alto desde o início da crise.
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