Sul sudaneses continuam a fugir semanas após assinatura do cessar-fogo
Estima-se que 70 mil pessoas deixaram suas casas ou procuram abrigo nos países vizinhos; PMA diz que mais sul-sudaneses passaram a ter acesso à comida apesar dos desafios de segurança.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU e Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, anunciou esta segunda-feira que os sul-sudaneses continuam a deixar as suas casas três semanas após a assinatura do cessar-fogo.
De acordo com o porta-voz da agência, cerca de 70 mil pessoas foram desalojadas ou procuram abrigo nos países vizinhos devido ao conflito que completou cerca de seis meses.
Potencial
Falando a jornalistas, em Genebra, Adrian Edwards ressaltou que a preocupação é com o potencial de novos desalojamentos nas próximas semanas.
O representante disse que desde a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades a 9 de maio, em Adis Abeba, o número de deslocados internos cresceu em 46 mil para pouco mais de 1 milhão. Durante o período, mais de 20 mil refugiados sul-sudaneses seguiram para Etiópia, Quénia, Sudão e Uganda sudindo o número para 370 mil pessoas.
Trégua
Devido ao conflito, cerca de 4 milhões de sul-sudaneses foram expostos ao risco de insegurança alimentar aguda. A trégua entre o governo e os rebeldes, assinada no início deste mês, foi a segunda desde que o início do conflito.
Entretanto, o Programa Mundial de Alimentação, PMA, anunciou ter alcançado mais de 1 milhão de pessoas em abril com as suas operações de emergência e de recuperação.
A agência disse que mesmo com os contínuos desafios de segurança, mais 76% das pessoas passaram a ter acesso à comida essencial e assistência nutricional desde janeiro.
Com a promessa de recursos feita pela comunidade internacional na conferência de Oslo, a agência disse que este ano podem ser beneficiadas 3,2 milhões de pessoas vulneráveis.