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Foto: FAO

FAO: dieta mediterrânea, modelo antigo de vida saudável, está sob ameaça

Avaliação está em novo relatório apresentado na Expo Milão; estilo de alimentação tem sido associado à vida longa e saudável.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO , fez um alerta: a região mediterrânea está passando por uma “transição nutricional” para longe de sua dieta tradicional. Esta alimentação é conhecida como modelo para uma vida saudável, e também pela preservação do meio ambiente e empoderamento dos produtores locais.

A avaliação está em novo relatório apresentado na quinta-feira pela agência da ONU e o Centro Internacional para Estudos Agrônomos Avançados do Mediterrâneo, Ciheam, um grupo de 13 países que cooperam nos campos de agricultura, alimentação, pesca e territórios rurais na região.

Sustentabilidade

Segundo o coordenador do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis da FAO, a dieta mediterrânea é “nutritiva, integrada a culturas locais, ambientalmente sustentável e apoia economias locais”.

Para Alexandre Meybeck, “por isso é essencial promovê-la e apoiá-la”. Esta dieta é rica em óleos vegetais, cereais, vegetais, consumo moderado de carne e peixe e tem sido associada a uma vida saudável e longa.

Globalização

Por ser em grande parte à base de plantas, a dieta é comparativamente leve ao meio ambiente e precisa de menos recursos que a produção de animais.

No entanto, a globalização, a comercialização de alimentos e a mudança em estilos de vida estaria, segundo o relatório, mudando os padrões de consumo na região para mais carnes e laticínios.

Obesidade

Enquanto países do sul continuam a lutar com a desnutrição, diversos outros na região enfrentam obesidade e excesso de peso. Ao mesmo tempo, em toda a região está subindo o número de casos de doenças crônicas relacionadas à dieta que cada vez mais levam a deficiências e morte.

Neste contexto, seria preciso que decisores políticos, pesquisadores e a indústria alimentar prestem mais atenção à produção e consumo de alimentos de forma a preservar conhecimento e recursos locais.

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