FAO destaca benefícios nutricionais do leite de cabra, lhama e camelo
Segundo agência da ONU, mundo precisa aproveitar o potencial da produção do leite e derivados de outros animais além das vacas; consumo de leite nos países em desenvolvimento deve aumentar 25% nos próximos anos.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está pedindo aos governos que invistam mais em programas de produção de leite e derivados para as famílias mais pobres do mundo.
A FAO lembra que o leite é fonte importante de energia, proteínas e gorduras, e também rico em micronutrientes críticos para o combate à desnutrição.
Criação Local
Apesar dos benefícios, a agência da ONU diz que leite e derivados custam muito caro para as pessoas mais pobres. Por isso, a FAO espera que a nutrição seja um objetivo específico no setor de produção leiteira.
Uma sugestão é que os governos invistam em projetos que permitam a famílias de baixa renda criar cabras em casa, por exemplo.
Segundo a agência, o consumo de leite nos países em desenvolvimento deve aumentar 25% até 2025, resultado do crescimento populacional e aumento de salários.
Outras Espécies
Por isso, a FAO destaca ser necessário investir no consumo de outros tipos de leite e derivados, além do leite de vaca. A agência da ONU diz que existe enorme potencial para a produção de outras espécies, como cabra, rena, lhama, alpaca, alce, camelo e até jumento.
Os índices de proteína incluídos no leite de égua, por exemplo, podem ser mais apropriados para a parcela da população alérgica ao leite de vaca, revela a FAO. Já as renas e os alces produzem leite com uma consistência cremosa, rico em gorduras e proteínas e com menos da metade da lactose do leite de vaca.
A FAO cita a América do Sul como exemplo do baixo aproveitamento do potencial de outras espécies. Na região, lhamas e alpacas não são alimentadas para produção de leite, mas poderiam ser fonte importante para a nutrição e a economia das famílias que vivem em áreas montanhosas.
A FAO lembra que ao contrário da agricultura, a produção em baixa escala de leite e derivados pode fornecer dinheiro imediato para as famílias comprarem comida, itens de casa, roupas e investir na educação.