ONU alerta que violência de milícias pode piorar situação no Burundi
Chefe do Escritório de Direitos Humanos afirmou que está profundamente preocupado também com as ameaças feitas por grupos armados que apoiam o governo; Zeid Al Hussein cita execuções sumárias e tortura.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos declarou, esta terça-feira, que a sua equipe recebe entre 40 a 50 telefonemas diários de pessoas assustadas pedindo proteção ou denunciando abusos no Burundi.
Em nota, publicada em Genebra, Zeid Al Hussein disse que está profundamente preocupado com ações cada vez mais violentas e ameaçadoras de uma milícia pró-governo. O grupo é ligado ao movimento conhecido como Imbonerakure.
Medidas
Zeid pediu ao governo que tome medidas imediatas e concretas para controlar a situação.
Segundo o representante da ONU, “se as autoridades estão realmente em conluio com milícias violentas, elas estão jogando com o futuro do país da forma mais negligente imaginável”.
Os alegados abusos incluem execuções sumárias, sequestros, torturas, espancamentos, ameaças de morte e outras formas de intimidação ocorridos na capital Bujumbura e em várias províncias.
Compromisso
O alto comissário considerou muito graves as alegações. Ele afirmou que mais do que nunca é essencial que as autoridades do Burundi demonstrem um compromisso com a paz.
O pedido é que elas mostrem distanciamento das milícias violentas e garantam a punição por qualquer crime ou violação dos direitos humanos.
Zeid afirmou que a última coisa que o Burundi precisa é de violência após uma década de uma consolidação da paz gradual e em grande parte bem-sucedida.
Para ele, o país não deve ter uma nova guerra civil causada pela determinação de um pequeno número de pessoas de manter ou ganhar o poder a qualquer custo.
*Apresentação: Edgard Júnior.
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