Chefe da FAO destaca segurança alimentar e nutrição como prioridades
Em discurso a embaixadores de países da África, Caribe e Pacífico, José Graziano da Silva também ressaltou a necessidade de abordar os impactos das mudanças climáticas.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, reiterou o compromisso da agência em abordar questões como segurança alimentar e nutrição.
Também a falar à comissão de embaixadores de países da África, Caribe e Pacífico, ACP, na sigla em inglês, o chefe da FAO destacou ainda a necessidade de abordar, como prioridade, os impactos das mudanças climáticas.
Obesidade
O grupo é composto de 79 nações da África, Caribe e Pacífico, entre elas, seis de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Ainda em Bruxelas, esta quarta-feira, Graziano da Silva disse que a “fome é apenas uma face da desnutrição” e que “no outro extremo, está a obesidade”.
Ele também enfatizou a ameaça da mudança climática, a notar que seu impacto não é distribuido de maneira uniforme. Regiões tropicais, onde ficam muitos dos países da ACP, segundo o chefe da FAO, “estão entre as regiões mais afetadas”.
Ele sugeriu algumas medidas que estes países podem tomar para construir resiliência, adaptar os sistemas de alimentos e lidar com as mudanças nos padrões climáticos. Entre outras, Graziano da Silva mencionou a gestão sustentável da terra e da água.
Desastres Naturais
O chefe da FAO citou o ciclone Pam, que atingiu Vanuatu e outras pequenas ilhas da região do Pacífico em março, como um lembrete da vulnerabilidade de pequenos Estados insulares em desenvolvimento a desastres naturais e à mudança climática.
Ele informou aos embaixadores do grupo de países que a FAO iniciou um fundo para abordar esta questão específica.
COP 21
Graziano da Silva apelou a estes países que se envolvam nas negociações que serão conluídas da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP 21, em dezembro em Paris.
A fazer referência ao encontro, ele afirmou que é esperado um “novo acordo global e legalmente vinculativo”.
No entanto, o chefe da FAO afirmou que “não se pode pedir que o setor agrícola pague o preço por todas as emissões de gases do efeito estufa, nem que limpe as emissões de outros setores”.
Cerca de 60 embaixadores e representantes de países da ACP participaram da reunião com Graziano da Silva em Bruxelas.
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