FAO lança novas diretrizes para manter recursos genéticos

Origem de 60% da energia para corpo humano inclui arroz, trigo, milho, painço e sorgo; agência defende ajuste às mudanças climáticas pela falta de um acordo de países sobre biodiversidade agrícola e estratégias de adaptação.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Foram lançadas esta terça-feira novas diretrizes para conservar e garantir a sustentabilidade de recursos genéticos, no âmbito da preparação da Conferência das Partes da Convenção Quadro da ONU sobre Mudança Climática, COP 21.
A publicação foi apresentada, em Roma, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. A agência afirma que pretende um ajuste dos países aos "tempos das mudanças climáticas".
Produção
As orientações envolvem elementos como plantas, animais, florestas, recursos aquáticos, micro-organismos ou invertebrados pelo seu papel na produção alimentar e agrícola.
De acordo com o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Alterações Climáticas, se as tendências atuais das mudanças continuarem os rendimentos de culturas básicas vão diminuir em um quarto até 2050.
Energia
A FAO considera urgente organizar e implantar recursos genéticos porque apenas cinco culturas de cereais fornecem ao corpo humano cerca de 60% de toda a energia através da dieta. Trata-se do arroz, do trigo, do milho, do painço e do sorgo.
A agência disse que ainda não há uma abordagem comum adotada pelos países para integrar a biodiversidade agrícola nas suas estratégias de adaptação às alterações climáticas, daí a nova série de orientações para cobrir essa lacuna.
Desafios
A FAO destaca que num momento em que os recursos genéticos estão ameaçados pelas mudanças do clima, a sua composição as torna peças essenciais para enfrentar futuros desafios.
Para ilustrar como a genética dessas formas de vida permite uma adaptação a várias condições, a FAO cita o exemplo de sementes que podem vir a tolerar o frio, as inundações ou a aridez do solos.
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