Após assassinatos na Líbia, Ban diz que diálogo é a melhor saída para a crise
Secretário-geral e Conselho de Segurança condenam morte de 21 egípcios cristãos, decapitados pelo Isil; para Ban Ki-moon, negociações é a única maneira para os líbios construírem um Estado capaz de combater o terrorismo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU condenou, nos termos mais fortes, o assassinato de 21 cristãos coptas egípcios pelo grupo Daesh, acrônimo em árabe para o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
Numa nota em que considera ter sido um “ato bárbaro”, Ban Ki-moon deplora a morte de pessoas devido a sua afiliação religiosa e envia condolências aos familiares das vítimas e ao governo do Egito.
Bombardeios
O Isil teria divulgado um vídeo onde os egípcios são decapitados na Líbia e segundo agências de notícias, o Egito teria bombardeado alvos do grupo nesta segunda-feira, em retaliação aos assassinatos.
Para o secretário-geral da ONU, o diálogo político que ocorre na Líbia é a melhor maneira do país sair da crise atual. Segundo Ban, apenas por meio do diálogo os líbios podem construir um Estado e instituições fortes capazes de confrontar o terrorismo.
Covardia
A ação do Isil também foi condenada pelo Conselho de Segurança, que classificou o ato de “covarde”. Para o órgão, o crime mostrou mais uma vez a brutalidade do grupo, responsável por “milhares de crimes e de abusos contra pessoas de todas as religiões, etnias e nacionalidades”.
O Conselho de Segurança defende que o Isil seja combatido e nota não estar intimidado pelo grupo. O órgão demanda a libertação imediata e segura de todas as pessoas feitas reféns pelo Isil e por outros grupos associados à Al-Qaeda, e pede que os responsáveis por “atos de terrorismo sejam levados à justiça”.
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