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Acnur: mais refugiados sudaneses chegam ao Sudão do Sul

Foto: PMA/Debbi Morello

Acnur: mais refugiados sudaneses chegam ao Sudão do Sul

Desde 23 de dezembro do ano passado, mais de 3 mil deslocados dos estados de Kordofan Sul e Nilo Azul chegaram à fronteira; mais de 500 pessoas  chegam por semana; aumento corresponde a mais do dobro do mesmo período de 2013.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Confrontos nas montanhas da Núbia levaram ao aumento no número de refugiados sudaneses em fuga para o Sudão do Sul no último mês. A informação é do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.

Desde 23 de dezembro do ano passado, mais de 3 mil deslocados dos estados de Kordofan Sul e Nilo Azul chegaram à cidade fronteiriça de Yida, que já abriga 80 mil refugiados sudaneses.

Fronteira 

Com mais de 500 pessoas a chegar por semana, a subida representa um aumento de mais de 100% em comparação com o mesmo período de 2013.

O Acnur faz o registo biométrico dos recém-chegados para garantir que possam ser rapidamente identificados e ter acesso a assistência. Até o momento, mais de 80% destes foram transportados de Yida para Ajuong Thok, um campo criado em 2013. Todos os refugiados passam por outros exames médicos e todas as crianças com menos de 15 anos são vacinadas contra o sarampo.

Com 18 mil refugiados sudaneses já a morar na localidade, o campo quase alcançou sua capacidade de 25 mil pessoas.

Razões

Os deslocados, principalmente das províncias de Um Dorrein, Heiban e Delami, disseram ao Acnur que escaparam do conflito contínuo e da violência na região montanhosa da Núbia, incluindo bombardeamentos aéreos e ataques no terreno.

Refugiados também citaram falta de oportunidades de subsitência e educação em suas áreas de origem como razões para a saída. Quase 70% dos recém-chegados são crianças e estima-se que 10% sofram de subnutrição e sarampo.

Novo Campo

Se a atual taxa continuar, mais de 15 mil refugiados podem chegar até junho de 2015. O Acnur está preocupado que o financiamento atual seja inadequado para atender às necessidades de mais deslocados, a exceder o planejamento original para 25 mil.

Segundo a agência, é preciso melhorar urgentemente a infraestrutura, a educação e os abrigos. O órgão afirma estar a trabalhar com o governo do Sudão do Sul para identificar um local com vista a montar um novo campo em preparação para mais chegadas.

O Acnur disse apreciar as ações do Sudão do Sul oara a proteção de refugiados. No momento, o país abriga quase 250 mil, a maioria do Sudão, e mais de 1,8 milhão de deslocados internos.

*Apresentação: Eleutério Guevane.