Chefe da Unesco pede proteção para zonas culturais no Iraque e na Síria
Segundo Irina Bokova, para combater o “fanatismo”, também é “preciso reforçar a educação”; secretário-geral afirmou que ONU endossa pedido que coloca diversidade cultural no coração das ações humanitárias nos dois países.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
A chefe da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, apelou pela criação de “zonas culturais protegidas” no Iraque e na Síria, dois países afetados por conflitos.
Irina Bokova denunciou a perseguição de minorias, ataques ao patrimônio cultural e tráfico ilegal de propriedades culturais nas duas nações.
Educação
Segundo a chefe da agência, “não pode haver solução puramente militar para a crise”. Ela afirmou que para combater o “fanatismo”, também é “preciso reforçar a educação, a defesa contra o ódio e proteger a herança cultural, o que ajuda a moldar a identidade coletiva”.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o pedido da diretora-geral da Unesco de colocar a diversidade cultural no coração das ações humanitárias e de construção da paz na Síria e no Iraque é fortemente endossado pela organização.
Tanto o enviado especial do secretário-geral para Síria, Staffan de Mistura, quanto o chefe da Missão de Assistência da ONU para o Iraque, Unami, Nikolay Mladenov, enfatizaram a necessidade de integrar educação e cultura às medidas de emergência. Estas seriam feitas juntamente com assistência humanitária para proteger os direitos humanos e populações civis vulneráveis.
Crime de Guerra
Cerca de 500 especialistas e reprentantes dos dois países estiveram numa conferência internacional, na sede da Unesco em Paris, sobre ameaças à herança cultural e diversidade nestas nações.
Entre outros assuntos abordados, esteve a necessidade de implementar a Convenção para Proteção de Propriedade Cultral em Evento de Conflito Armado, de 1954, e seus protocolos adicionais. Outra questão foi o fim da impunidade dos ataques deliberados à herança cultural, um crime de guerra sob o Estatudo de Roma do Tribunal Penal Internacional, TPI.
Os participantes também expressaram apoio à proposta de proibição internacional ao comércio de antiquidades da Síria, de acordo com a recomendação feita pela equipe de monitoramento de sanções do Conselho de Segurança.