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ONU apela à RD Congo que reveja decisão de expulsar seu enviado

Zeid Al Hussein. Foto: ONU/Devra Berkowitz

ONU apela à RD Congo que reveja decisão de expulsar seu enviado

Scott Campbell, representante de Direitos Humanos, recebeu ultimato do governo para deixar o país em 48 horas; alto comissário Zeid Ra’ad Al Hussein diz que decisão é inaceitável.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, lamenta e condena a decisão do governo da República Democrática do Congo, RD Congo, de expulsar seu enviado ao país.

Scott Campbell foi intimado a deixar a nação num período de 48 horas. Mas segundo o escritório da ONU, o representante já estava fora da RD Congo desde sexta-feira para férias prolongadas.

Segundo o alto comissário, outros dois funcionários da equipa de Campbell receberam sérias ameaças nos últimos dias. Zeid disse que o enviado é seu “mais experiente e respeitado representante de direitos humanos na RD Congo” e sua expulsão é facto “inaceitável”.

Violações

A decisão de declarar Campbell como “persona non grata” foi tomada pelo Ministério do Interior da RD Congo e confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Na semana passada, o escritório de Campbell divulgou um relatório sobre violações de direitos humanos, incluindo assassinatos e desaparecimentos forçados, cometidas pela polícia congolesa entre novembro e fevereiro.

Intimidações

O alto comissário Zeid fez um apelo urgente ao governo da RD Congo para que reconsidere sua decisão sobre Campbell e para que investigue intimidações e ameaças contra funcionários da ONU para os direitos humanos.

Numa nota divulgada no domingo, Zeid afirma que com atos de intimidação e represálias, as autoridades congolesas correm o risco de voltar atrás no que diz respeito aos esforços da ONU e do governo em assistir vítimas de violações dos direitos humanos.

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