Relatório condena polícia congolesa por execuções de civis
Escritório de Direitos Humanos conduziu a investigação na RD Congo sobre a operação Likofi, levada a cabo em Kinshasa; agentes da Polícia Nacional Congolesa indicados como responsáveis por sérias violações.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um relatório das Nações Unidas divulgado esta quarta-feira detalha “sérias violações de direitos humanos cometidas contra civis pelas forças de segurança” da República Democrática do Congo.
O documento trata da operação “Likofi”, ocorrida em Kinshasa entre novembro de 2013 e fevereiro deste ano. O objetivo do programa era encontrar delinquentes, conhecidos como “kulunas”.
Assassinatos
As investigações foram conduzidas pelo Escritório da ONU para os Direitos Humanos no país e revelam casos de execuções sumárias e extrajudiciais, e desaparecimentos forçados. Foram ouvidas mais de 70 testemunhas, incluindo policiais.
Segundo o relatório, agentes da Polícia Nacional Congolesa foram responsáveis pela morte de pelo menos nove civis e pelo desaparecimento de 32 pessoas durante a operação Likofi. Das 41 vítimas, quatro eram crianças.
Gravidade
O escritório afirma que o total de vítimas pode ser ainda maior, já que as equipas encontraram várias dificuldades para conduzir as investigações. Os responsáveis agiam pela noite na cidade de Kinshasa e usavam máscaras.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, disse estar chocado “com a gravidade das violações documentadas no relatório”.
Al Hussein pede às autoridades congolesas que façam justiça sem demoras aos responsáveis pelas ações. Já o representante especial do secretário-geral na RD Congo, Martin Kobler, destacou ser urgente acelerar a reforma do sector de segurança e estabelecer fortes mecanismos de responsabilização junto à força policial congolesa.