Perspectiva Global Reportagens Humanas

FMI vai ponderar novo financiamento para países afetados pelo ébola

O ébola já matou mais de 2,6 mil pessoas. Foto: Irin/Tommy Trenchard

FMI vai ponderar novo financiamento para países afetados pelo ébola

Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri devem ter défice de cerca de US$ 300 milhões; perturbações em áreas como agricultura, mineração e serviços podem contrair as economias.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, anunciou que vai considerar uma proposta de financiamento adicional de apoio aos países mais  afetados pelo ébola em outubro.

De acordo com as previsões de técnicos do órgão a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné-Conacri devem registar um défice de cerca de US$ 300 milhões nos próximos seis a nove meses.

Impacto Humano 

Em nota, o FMI defende que o surto está a causar um grave impacto humano e económico na África Ocidental e exige uma resposta célere da comunidade internacional.

Esta semana, a recomendação avançada pelos técnicos é que seja concedido um apoio financeiro adicional de cerca de US$ 127 milhões aos três países.

A diretora-geral do FMI,  Christine Lagarde, disse que o surto de ébola é uma profunda crise humana, social e económica que exige uma resposta firme dos países. Com os governos das três nações está a ser concertada a ajuda para cobrir as suas necessidades o mais breve possível.

Custo Humano

Estima-se 2,6 mil pessoas já morreram e outras 5,3 mil foram infetadas pelo vírus ébola. Para além do custo humano, o FMI diz que o surto também tem um impacto económico e social significativo.

Os técnicos do órgão indicam que o crescimento dos três países deverá sofrer forte contração devido a perturbações em setores económicos vitais como agricultura, mineração e serviços.

Os pobres e grupos vulneráveis  são os mais afetados pelos transtornos na oferta de alimentos e no trabalho. Os países enfrentam carências financeiras significativas com a queda de receitas fiscais e de exportação.

Ao mesmo tempo, os governos esforçam-se para atender às necessidades adicionais de financiamento dos seus sistemas de saúde e da importação de alimentos e combustíveis.