PMA expõe escassez de alimentos devido ao ébola
Agência lançou campanha de mensagens para telemóveis para avaliar a segurança alimentar; relatora apontou consequências do encerramento de fronteiras terrestres e marítimas no acesso a alimentos nos países mais afetados.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, informou que o surto de ébola fez subir os preços dos alimentos, o que obrigou as famílias a diminuir as refeições e a consumir porções menores.
A constatação é da campanha de mensagem de texto que foi promovida pela agência na Libéria, com o objetivo avaliar a segurança alimentar no país.
Arroz
O aumento dos preços abrangeu os alimentos mais consumidos como arroz. Na Guiné Conacri e na Serra Leoa, que também são afetados pelo surto, a insegurança alimentar é generalizada.
A agência anunciou um novo carregamento aéreo humanitário a partir da Itália que está a caminho de Conacri. A carga é composta por oito toneladas de suprimentos humanitários essenciais e está orçada em US$ 412 mil.
Rutura
A recolha de dados através do telemóvel é considerada rápida e vantajosa para uma crise de rutura alimentar rápida, como o surto de Ébola. Cerca de 1,3 milhão de pessoas em países afetados já receberam o auxílio da agência. Nas últimas semanas, voos humanitários similares seguiram com destino à Serra Leoa.
As vozes que alertaram para uma grande crise de alimentos devido aos impactos do surto incluem a relatora especial da ONU sobre o Direito à Alimentação.
Paralelamente ao aumento dos preços, Hilal Elver apontou para o impacto do encerramento de fronteiras terrestres e marítimas além da redução do comércio regional e do investimento estrangeiro.
A preocupação da especialista é também com as comunidades que enfrentam escassez alimentar devido a complicações de acesso rodoviário e às ameaças de libertação de pessoas da quarentena por causa dos baixos stocks alimentares.