ONU pede a governo para investigar massacre em base militar no Iraque

Representante especial do secretário-geral no país quer que autoridades descubram o que aconteceu com militares; forças do grupo Estado Islâmico tomaram o local em junho e executaram 1,7 mil soldados.

Edgard Júnior, da Radio ONU em Nova York.

A ONU pediu ao Iraque que realize uma investigação independente sobre o massacre ocorrido na base militar Speicher,em junho passado.

O representante especial do secretário-geral para o Iraque, Nikolay Mladenov, quer que as autoridades descubram o destino de soldados e de outros militares iraquianos que também foram assassinados ou estão desaparecidos.

Massacre

Segundo Mladenov, “há indícios de que houve um massacre no local e que centenas de iraquianos perderam suas vidas nas mãos do grupo Estado Islâmico”.

O representante especial afirmou que os responsáveis pelos crimes devem ser levados à justiça. Mladenov explicou que as ações ocorridas na base Speicher continuam sendo de grande preocupação para a comunidade internacional.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta segunda-feira resolução pedindo ao Alto Comissariado que envie uma equipe de investigadores para o Iraque.

O objetivo dos especialistas será apurar os crimes cometidos pelo Estado Islâmico e ajudar o governo iraquiano e a comunidade internacional a responsabilizar o grupo pelas violações.

Execução

As forças do grupo extremista Estado Islâmico tomaram a base militar, que fica perto de Tikrit, entre 11 e 12 de junho. Segundo a ONU, as circunstâncias a partir deste momento ainda não estão claras.

A Missão da ONU no Iraque, Unami, disse que o Estado Islâmico afirmou que executou 1,7 mil militares capturados no local.

Fotos e vídeos publicados na internet pelo EI, dias após a tomada da base, mostram cenas chocantes de homens sendo colocados em caminhões, levados para local não identificado e depois enfileirados no chão.

Imagens posteriores mostram extremistas do Estado Islâmico assassinando os militares iraquianos.

Mladenov afirmou que as autoridades do Iraque devem fazer todo o possível para “desvendar o que aconteceu com os soldados, localizar e identificar os corpos e garantir a liberação dos que ainda estiverem em cativeiro”.