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ONU condena nova onda de violência durante protestos na Venezuela BR

ONU condena nova onda de violência durante protestos na Venezuela

Escritório de Direitos Humanos pede ao governo garantia da liberdade de expressão e de um diálogo pacífico; porta-voz de Navi Pillay cita dados oficiais sobre 243 detenções nos últimos dois dias.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O escritório da ONU para os Direitos Humanos voltou a ressaltar, esta sexta-feira, preocupação com a nova onda de violência armada durante protestos contra o governo da Venezuela.

Em Genebra, o porta-voz da alta comissária Navi Pillay afirmou que nos últimos dois dias, as tropas venezuelanas contaram mais de 200 jovens manifestando em frente ao prédio do Pnud em Caracas e em outras partes da cidade.

Armas e Drogas

Citando números oficiais, Rupert Colville disse que 243 pessoas foram presas e o governo teria alegado que alguns locais estavam servindo de bases para protestos violentos e que foram encontrados coquetéis molotov, armas e drogas.

O porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos informou que a maioria dos detidos foi levada a uma base militar em Tiuna, incluindo 18 menores e uma grávida.

Advogados e familiares reclamaram da falta de informação sobre os manifestantes presos. Rupert Colville ressaltou que centenas de pessoas foram às ruas protestar contra a detenção dos jovens.

Morte

Segundo ele, foram montadas barricadas e diversas rodovias foram bloqueadas. Um policial morreu após levar um tiro e três outros ficaram feridos durante os confrontos com manifestantes, que também tiveram ferimentos.

Na noite de quinta-feira, foram registradas mais prisões em Caracas. O escritório de Direitos Humanos também está preocupado com violência e ataques em universidades da Venezuela.

Rupert Colville citou como exemplo o prédio da biblioteca da Universidade Fermin Toro, em Barquisimeto, que foi incendiado. Já na Universidade Católica em Puerto Ordaz, a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.

Segundo o porta-voz, o escritório de Direitos Humanos condena todo tipo de violência no país, independente de quem causou o ato. Uma preocupação em especial é com o uso excessivo da força por parte das autoridades.

Colville reforçou um apelo já feito pela alta-comissária Navi Pillay ao governo da Venezuela, pedindo a garantia de que as pessoas não sejam penalizadas por exercer o direito à liberdade de expressão e ao diálogo pacífico.