Em Genebra, ativistas alertam para violações contra indígenas brasileiros
Debate foi paralelo à reunião do Conselho de Direitos Humanos, na sede da ONU na cidade suíça; grupo está preocupado com impactos da construção das hidrelétricas de Belo Monte e Tapajós, no Pará.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Um grupo de ativistas de países como Brasil, França e Estados Unidos aproveita a 25ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU para chamar a atenção sobre a situação dos indígenas brasileiros que vivem no Pará.
Na segunda-feira, as ONGs France Liberté e Amazon Watch organizaram no Palácio das Nações um evento paralelo sobre os impactos da construção de hidrelétricas na vida da população indígena que vive ao redor dos rios Xingu e Tapajós.
Água Contaminada
Após discursar na sede das Nações Unidas em Genebra, a líder indígena e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Apib, falou com a Rádio ONU. Sônia Guajajara explicou algumas dificuldades já enfrentadas pelas comunidades Munduruku, Apiacá e Caiabi.
“A gente veio falar sobre esses impactos da Belo Monte e sobretudo a questão do complexo hidrelétrico de Tapajós, que agora é o que está na vez. Por exemplo, na região de Belo Monte, alguns povos estão tendo que mudar da sua terra; que não teve a sua terra alagada, mas que agora tem uma água contaminada que não pode mais ser utilizada. Então eles não foram forçados a sair pelo governo, mas na verdade o impacto que fica obriga com que eles saiam. Então isso fragiliza muito os povos.”
Segundo Sônia Guajajara, o grupo também conversou com a equipe do relator especial da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, James Anaya.
Foi sugerido aos ativistas que apresentem uma queixa formal sobre o impacto da construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte e de Tapajós para as comunidades indígenas da região amazônica.