ONU condena morte de cinegrafista no Rio de Janeiro
Representante do Escritório de Direitos Humanos está preocupado com a violência nos protestos sociais no Brasil; Amerigo Incalcaterra está preocupado também com alegações de uso excessivo de força e prisão arbitrária por parte da polícia.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.*
A ONU condenou esta terça-feira a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, no Rio de Janeiro e expressou condolências à família do jornalista.
A declaração foi feita pelo representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra.
Uso da Força
O representante da ONU manifestou preocupação com a violência nos protestos sociais no Brasil. Ele está preocupado também com as alegações de uso excessivo de força e de prisões arbitrárias de manifestantes e jornalistas por parte da polícia.
Incalcaterra afirmou que “os protestos pacíficos e a liberdade para informar são aspectos fundamentais de uma democracia dinâmica e uma ferramenta indispensável para fortalecer os direitos humanos.
Respeito
Ele lembrou que o Estado brasileiro tem o dever de garantir que as forças policiais respeitem os princípios de necessidade e proporcionalidade no uso da força, de acordo com os tratados e padrões internacionais de direitos humanos.
O representante da ONU pediu também as pessoas e grupos que participam das manifestações que não façam uso da violência. Ele deixou claro que “a violência, de maneira alguma, é o meio para se reivindicar direitos”.
Ele pediu às autoridades que “garantam o exercício do direito às liberdades de expressão e de reunião pacífica, além de prevenir e investigar de forma imediata e independente qualquer uso excessivo de força”.
Incalcaterra ofereceu ainda às autoridades brasileiras assessoria técnica e experiência internacional do Alto Comissariado em matéria de direitos humanos.
*Apresentação: Leda Letra.