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África: compromisso deve reforçar foco nos jovens no combate ao HIV

África: compromisso deve reforçar foco nos jovens no combate ao HIV

Especialistas de mais de 20 países aprovaram campanha para aumentar a informação sobre saúde sexual e reprodutiva; seis em cada 10 jovens da área não tem  conhecimentos básicos para prevenir o vírus.

Eleutério Guevane da Rádio ONU em Nova Iorque.

Agências das Nações Unidas saudaram um compromisso aprovado por países da África Austral e Ocidental, que prevê o aumento gradual do nível de educação sexual e dos serviços de saúde para os jovens.

Calcula-se que 2,6 milhões de pessoas do grupo etário estejam a viver com o HIV, na região que foi destaque de uma reunião de especialistas e de jovens ativistas de 21 países, no fim de semana, em Paris.

Compromisso

Nos próximos dias, a Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, deve publicar uma cópia do compromisso em inglês, francês e português. A agência considera necessário “usar o talento, a energia e a visão juvenis com vista a um futuro melhor da área”.

Desde 2005, o número de mortes de adolescentes devido ao sida subiu 50% na região,o que contraria a tendência de redução de óbitos verificada em todo o mundo.

Acesso a Informação

O diretor executivo do Programa da ONU sobre o HIV/Sida, Onusida, Michel Sidibé, diz que o novo compromisso vai mudar a realidade dos jovens beneficiários.

Prevê-se que tal alteração ocorra na forma como estes têm acesso a informações e aos serviços necessários para uma vida sexual e reprodutiva saudável.

O compromisso seguiu-se ao relatório “Jovens Hoje, Tempo para Agir”, que a Unesco considera reunir “sinais inquietantes sobre os desafios para a juventude na área, especialmente para as mulheres jovens.”

Em mais de 30 anos de epidemia, calcula-se que seis em cada 10 jovens da África Austral e Ocidental não tenham acesso ao conhecimento básico para prevenir o HIV, devido à falta de educação sexual. 

O Onusida acredita que 50 novas infeções pelo HIV ocorram por hora entre jovens da área. Cerca de 20% destes tiveram filhos aos 17 anos, e até 35 % das mulheres jovens foram vítimas de violência sexual ou de género.