Prioridade é combater o HIV/Sida, declara presidente do Sudão do Sul
Onusida indica que 9% de pessoas elegíveis tiveram acesso ao tratamento antirretroviral no ano passado; país regista cerca do dobro das mortes relacionadas com o Sida desde 2001.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Conjunto da ONU para o HIV/Sida, Onusida, alertou para a necessidade de evidar esforços especiais com vista à intensificação da resposta ao HIV no Sudão do Sul.
Em 2012, cerca de 150 mil pessoas viviam com o vírus no mais novo país do mundo. No mesmo período, menos de uma em cada 10 das pessoas elegíveis para o tratamento antirretroviral tiveram acesso à medicação.
Transmissão
Apenas 13% de gestantes a conviver com o HIV foram abrangidas pelos serviços para prevenir a sua transmissão de mãe para filho. As mortes relacionadas com o Sida quase duplicaram desde 2001, com uma subida de 6,9 mil para 13 mil casos registados no ano passado.
A população sul-sudanesa é na sua maioria composta por jovens, refere o Onusida. A agência cita estimativas do Banco Mundial, indicando que 51% da população do país tem idade inferior aos 18 anos enquanto 72% é menor de 30 anos.
Vulneráveis
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, reconheceu a necessidade de adaptar os serviços de HIV para as necessidades dos jovens, tendo apontado que se estes ficam vulneráveis,” não haverá nenhum país.”
O líder teve um encontro na capital, Juba, com o diretor adjunto da agência, Luiz Loures, a quem assegurou esforços para vencer a guerra contra o HIV como prioridade. Para Kiir, a intenção é “manter o povo seguro a todo custo.”
Militares
O representante do Onusida falou da necessidade de abordar a prevenção com as forças militares, cuja a prevalência rondaria o dobro dos cerca de 3% do país. Vários funcionários governamentais sul-sudaneses foram incluídos na série de contactos mantidos por Loures no país africano.
O Sudão do Sul está num período de transição após ter conquistado a independência do vizinho Sudão em 2011. O processo marcou o culminar de uma guerra civil de 30 anos, na qual morreram mais de 2,5 milhões de pessoas.