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Guiné-Bissau: Ramos Horta quer mais envolvimento no pleito de março

Guiné-Bissau: Ramos Horta quer mais envolvimento no pleito de março

Em entrevista à Rádio ONU, representante do Secretário-Geral no país falou de tensões entre alguns políticos e militares; período a seguir ao pleito deve ser marcado por uma conferência de doadores.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos Horta, disse crer que um forte envolvimento internacional permita a realização das eleições gerais no país nos próximos quatro meses.

Nesta quarta-feira, o chefe do Escritório das Nações Unidas no país esteve reunido com a Comissão para a Configuração de Paz para a Guiné-Bissau, um dia depois de prestar um informe ao Conselho de Segurança.

Estabilização

As declarações foram feitas em entrevista exclusiva à Rádio ONU, quando questionado sobre a situação guineense, no âmbito do apoio à estabilização após o golpe de estado de 12 de abril de 2012.

“Não há um conflito, não há uma guerra de base étnico-religiosa a decorrer na Guiné-Bissau. Há tensões dentro de alguns partidos. Há tensões entre alguns políticos e militares. Há tensões dentro dos militares, mas não há uma guerra como há na República Centro-Africana, por exemplo, ou na Síria, na Líbia, na Somália etc. Daí que acredito que com forte envolvimento da comunidade internacional através do poder de dissuasão, de diálogo, vamos realizar as eleições em março, a seguir organizar uma conferência de doadores para financiar o país, para que Guiné-Bissau possa entrar num outro capítulo de sua vida.”

Em ocasião anterior, o representante disse que o pleito poderia requerer da comunidade internacional até US$ 20 milhões.

Equilíbrio

Horta considerou necessário o diálogo franco entre os militares e os políticos guineenses com vista ao que chamou melhor equilíbrio, no quadro de proposta de lei de amnistia.

Conforme referiu, o Conselho de Segurança está preparado tomar medidas em caso de necessidade para indivíduos ou instituições que atuem sistematicamente fora da lei.