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Falta de energia em Gaza pode virar “catástrofe humanitária”, diz relator BR

Falta de energia em Gaza pode virar “catástrofe humanitária”, diz relator

Especialista em direitos humanos da ONU, Richard Falk destaca que serviços de saúde, água e saneamento já foram muito afetados; fornecimento de energia está limitado a seis horas por dia.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial da ONU sobre direitos humanos nos territórios ocupados palestinos está pedindo ação urgente na Faixa de Gaza. Há três semanas, a única usina elétrica local deixou de funcionar pela falta de combustível para gerar energia.

Richard Falk alerta que a situação pode se tornar uma “catástrofe humanitária”, que já afetou 1,7 milhão de palestinos e prejudica serviços de saúde, água e saneamento.

Riscos

O fornecimento de energia em Gaza está limitado a seis horas por dia. O relator da ONU nota alguns dos danos aos hospitais, como nos tratamentos de hemodiálise, bancos de sangue, centros cirúrgicos, incubadoras e unidades de terapia intensiva, pondo em risco a vida dos pacientes.

Falk lamenta ainda que 3 mil residentes do bairro de Az Zeitoun tenham enfrentado uma inundação de esgoto nas ruas, após o principal centro de tratamento ter transbordado com a falta de energia.

Bloqueios

Segundo o relator, 40% da população de Gaza recebe água apenas uma vez a cada três dias e muitas pessoas estão comprando água de vendedores irregulares, que pode não ser potável.

Falk lembra que desde 2007, a Faixa de Gaza enfrenta os bloqueios econômicos de Israel, que segundo o relator, são “ilegais”.

Para o especialista, Israel tem a responsabilidade, sob o direito humanitário internacional, de tomar todas as medidas necessárias para proteger a população de Gaza contra “essa ameaça crescente ao bem estar” dos civis.