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Relator da ONU diz que pobreza está associada a racismo e discriminação BR

Relator da ONU diz que pobreza está associada a racismo e discriminação

Mutuma Ruteere afirmou que minorias étnicas e raciais são afetadas de forma desproporcional pela falta de moradia adequada, serviços de saúde e educação num círculo que passa de geração a geração.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

Um relator das Nações Unidas disse que legados históricos, como o impacto da escravidão e da colonização, continuam a ser as principais razões de desvantagens socioeconômicas em muitas partes do mundo.

Mutuma Ruteere, relator sobre formas contemporâneas de racismo, fez a declaração durante a apresentação do seu relatório sobre o tema, nesta segunda-feira, em Nova York e Genebra.

Minorias

O documento diz que minorias étnicas e raciais são desproporcionalmente atingidas pela pobreza com a falta de acesso à saúde, à educação e à moradia adequada.

O relatório de Ruteere, que tem como foco a ligação entre o racismo e a pobreza, afirma que os desequilíbrios históricos continuam afetando grupos de discriminados.

Isso faz com que gerações sucessivas herdem as desvantagens e os problemas de seus antecessores.

Discriminação

Para o relator, a “discriminação baseada em fatores com raça, religião, etnia, idioma ou poder socioeconômico agravam a vulnerabilidade dessas pessoas.”

Segundo ele, os governos têm a obrigação de evitar a marginalização e garantir a segurança e proteção dos direitos humanos desses grupos.

Ruteere recomendou que os Estados-membros revisem e recriem programas que possam ter um efeito negativo sobre minorias raciais e étnicas. Ele sugeriu ainda que os governos implementem medidas para melhorar os direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais das pessoas.

O especialista apresentou ainda um outro relatório à Assembleia Geral falando sobre os contínuos desafios que partidos políticos extremistas representam aos direitos humanos e democráticos.

Entre esses movimentos, Ruteere citou grupos neonazistas e os skinheads. O documento contou com informações colhidas em 16 países, como também de ONGs, agências intergovernamentais e outras organizações envolvidas nesse assunto.

* Apresentação: Edgard Júnior.