No Rio, ONU comemora com show o Dia da Consciência Negra
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil promoveu apresentações de música, dança, artes plásticas e poesia no dia 20; show “Encontro das Áfricas” teve a participação de artistas brasileiros e estrangeiros.
Fernanda Braune, do Rio de Janeiro para a Rádio ONU.*
Com muita música, dança, artes plásticas e poesia, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil, Unic Rio, celebrou o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, no Rio de Janeiro.
O show “Encontro das Áfricas” contou com a participação de artistas brasileiros e estrangeiros que sintetizaram as diferentes culturas africanas com apresentações que foram dos tambores à música eletrônica.
Cultura
O cubano René Ferrer apresentou no teatro Oi Casa Grande, no Leblon, a mistura do reggae, mambo, rumba e samba, estilo que marca sua música.
“Este evento é muito importante porque nos dá a consciência de que somos fortes, de que temos muita cultura e que nós ainda devemos pesquisar bastante sobre a nossa história, se nutrir mais dessa história.”
A iniciativa do Unic Rio foi em apoio à campanha para que os países que integram a ONU aprovem a Década Internacional de Afrodescendentes, entre 2014 e 2023.
Década
A meta é promover o fim do racismo, da discriminação e da xenofobia. A aprovação do década também deve impulsionar o plano de ação “Pessoas de Descendência Africana: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, estabelecido na Conferência de Durban, em 2001.
Para a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que participou do encontro com cerca de 600 pessoas, o estabelecimento da década daria legitimação política à luta pela igualdade.
Barreiras
Já o músico senegalês Zal Sissokho acredita que parte do desenvolvimento do Brasil será alcançado quando o país ultrapassar a discussão sobre consciência negra e entender que não existem raças, mas pessoas.
“As pessoas são todas iguais e precisamos caminhar rápido para acabar com isso.”
A iniciativa do escritório da ONU no Brasil foi apoiada pelo cantor Gilberto Gil e teve ainda a participação do percussionista carioca Robertinho Silva, do compositor Altay Veloso e da cantora paulista Cellia Nascimento, entre outros.
Tráfico Negreiro
O rapper e integrante do grupo Racionais MC’s, Edi Rock, também tocou no evento.
“É sempre bom ser lembrado, é sempre bom provocar a volta dos olhares para a questão (da igualdade racial). A gente briga há muito tempo e vai continuar brigando por muito tempo, mas todo passo que é dado para a melhora e a busca da evolução é sempre bom.”
Durante o “Encontro das Áfricas”, foram exibidas seis telas produzidas pelos artistas de rua Marcelo Eco, Izolag Armeidah, Anahu e Akuma Santos, que resumiram a história do tráfico negreiro para a América Latina.
O evento contou com o apoio do Oi Futuro, do Instituto Vale, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e do Fundo Baobá.
Elemídia, Agência Café das 4 e Maxpress foram os parceiros de comunicação e a produção executiva foi da ImaginaRio e da Neanderthal.
*Apresentação: Leda Letra, com reportagem do Unic Rio.