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ONU quer apoio à polícia somali para proteger operações internacionais

ONU quer apoio à polícia somali para proteger operações internacionais

No Conselho de Segurança, subsecretário-geral pediu unidades móveis para a polícia; responsável justificou necessidade de forças para proteger instalações da organização; em junho, um complexo da ONU foi atacado em Mogadíscio.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas defenderam, esta quarta-feira, a necessidade de um investimento em medidas para aumentar a capacidade do governo federal somali para proteger as operações internacionais no país, a longo prazo.

Em declarações feitas no Conselho de Segurança, o subsecretário-geral falou da necessidade de apoiar a Polícia da Somália em unidades móveis. Ele acabou de regressar de uma visita ao país do Corno de África.

Alto Risco

Jan Eliasson disse ter-se encontrado, em Mogadíscio, com funcionários da ONU que trabalham com dedicação em condições de alto risco. Ele acrescentou que a onda de ameaças de terrorismo e de ataques, nos últimos meses, coloca os trabalhadores em grande pressão.

O objetivo da proposta é que seja garantida a segurança, tanto das Nações Unidas como para o desenvolvimento do setor de segurança no país, no âmbito do entendimento estabelecido com as autoridades locais.

Guarda

A 19 de junho, pelo menos 15 pessoas morreram na capital, Mogadíscio, após um ataque ao complexo da organização, que foi reivindicado pelos insurgentes al-Shabaab.

A título provisório, foi solicitado ao Conselho que autorize o envio de uma Unidade de Guarda da ONU para proteger as suas instalações até que uma força nacional possa assumir tal responsabilidade.

Expansão

Para o representante, os elementos da força da Missão Conjunta da ONU e da União Africana no país, Amisom, têm outras prioridades. Conforme referiu, não é realista que estas reforcem a proteção das suas instalações e das Nações Unidas face à intenção de expansão.

Eliasson apontou para os sucessos alcançados nos últimos 18 meses de operações, incluindo o afastamento do al-Shabaab das grandes cidades. Mas tais avanços na campanha levada a cabo pela Amisom e pelas forças somalis no terreno “atingiram um impasse nos últimos meses.” O motivo é a incapacidade de a missão e o exército somali “irem além de áreas já recuperadas.”

Eleições de 2016

O representante também citou avanços obtidos no desenvolvimento das capacidades do Exército e da Polícia, na reconciliação, nos trabalhos para conceber uma nova constituição.

Quanto aos preparativos para as eleições de 2016, o responsável anunciou que uma equipa das Nações Unidas deve seguir nos próximos dias para o país para apoiar a sua organização.

Ataques Piratas

Apesar dos êxitos na redução de ataques piratas, uma das preocupações levantadas por Eliasson prende-se com a existência de 60 marinheiros reféns dos saqueadores.

O assunto é considerado de grande preocupação internacional, que foi aconselhada a manter a sua “contínua insistência para que todos sejam imediatamente libertados.”

O representante reafirmou ainda a vontade das Nações Unidas de continuar a trabalhar em estreita colaboração com o Governo e os parceiros internacionais com vista a melhorar a situação somali.