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Comissão de Inquérito: “forças do governo sírio negam assistência médica” BR

Comissão de Inquérito: “forças do governo sírio negam assistência médica”

Relatório afirma que militares e milícias pró-governo estão impedindo que doentes das áreas controladas pela oposição cheguem a hospitais; documento diz ainda que os médicos que tentam ajudar estão sendo presos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Comissão Internacional de Inquérito sobre a Síria afirmou, esta sexta-feira, que as forças do exército e milícias pró-governo estão impedindo o atendimento médico dos doentes que vivem em áreas controladas pela oposição. 

Segundo a Comissão, o uso deliberado de hospitais, de pessoal médico e dos meios de transporte para negar assistência aos doentes e feridos é um dos pontos mais alarmantes do conflito no país.

Tratamento

No relatório entregue ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, os integrantes da comissão citam relatos de pessoas doentes nos postos de segurança impedidas de receber tratamento.

O documento diz ainda que os médicos que tentam ajudar essas pessoas estão sendo presos.

A Comissão de Inquérito declarou que o hospital militar de Damasco, a capital, está sendo usado também como um local de detenção de prisioneiros.

Tortura

O relatório cita que lá, os detidos, incluindo crianças, estão sendo agredidos, queimados por cigarros e sujeitos a outros tipos de tortura.

A comissão alerta que os ataques intencionais contra hospitais e instalações que abriguem doentes e feridos, como também, contra unidades da Cruz Vermelha ou do Crescente Vermelho, são considerados crimes de guerra.

Carta

O presidente do Conselho de Direitos Humanos enviou, nesta quinta-feira, uma carta ao secretário de Estado americano, John Kerry, e ao ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.

Na mensagem, o embaixador polonês Remigiusz Henczel relata o trabalho da Comissão de Inquérito na Síria e diz que o grupo não recebeu autorização para entrar no país, apesar dos vários pedidos feitos ao governo sírio.

Henczel pediu que o assunto fosse considerado na reunião entre eles, em Genebra.