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TPI julga suspeitos de envolvimento na violência pós eleitoral no Quénia

TPI julga suspeitos de envolvimento na violência pós eleitoral no Quénia

Em Haia, vice-presidente William Ruto do Quénia e o jornalista de rádio, Joshua Arap Sang respondem a acusações de incitamento e participação na coordenação dos ataques.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Tribunal Penal Internacional, TPI, dá início esta terça-feira, em Haia, ao julgamento do vice-presidente do Quénia e de um jornalista de rádio pelo alegado envolvimento na violência que se seguiu às eleições de 2007.

Estima-se que os atos tenham feito mais de 1 mil mortos e 600 mil deslocados. As denúncias contra William Ruto e Joshua Arap Sang foram confirmadas em 23 de janeiro de 2012.

Ataques

Juntamente com o atual presidente, Uhuru Kenyatta, cuja audiência está marcada para novembro, Ruto e Sang são acusados de incitar e de ajudar a coordenar os ataques. Todos negam as acusações.

O alvo dos atos seriam membros dos grupos étnicos de Kenyatta e de Ruto, que há cinco anos eram adversários durante o pleito. Ambos, vieram a formar uma aliança que venceu as eleições de março deste ano.

Recurso

A 22 de julho, a procuradora-chefe pediu a alteração das denúncias contra Ruto, para alargar o período de tempo das acusações relativas aos crimes alegadamente cometidos na área Eldoret Maior em finais de dezembro de 2007.

Na sexta-feira, o órgão autorizou que Fatou Bensouda pudesse recorrer da decisão que indeferiu o pedido de alteração das denúncias contra Ruto e Sang.

Na semana passada,  Bensouda também indicou haver pressões e ameaças em torno de testemunhas dos processos. A responsável revelou ter  pedido aos juízes que adiem a divulgação da identidade das testemunhas até à tomada de medidas de proteção que incluem a sua saída do Quénia.