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ONU: ataques a civis na RD Congo podem ser crimes de guerra BR

ONU: ataques a civis na RD Congo podem ser crimes de guerra

Alerta foi feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur; confrontos entre tropas do governo e rebeldes do M23 intensificaram-se no fim de semana.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas afirmaram que os ataques deliberados a civis, na República Democrática do Congo, poderão ser classificados de crimes de guerra.

O alerta foi emitido nesta terça-feira, dias depois de uma nova onda de ataques entre os rebeldes do Grupo M23 e as forças do governo congolês, nos arredores da cidade de Goma, localizada no leste do país africano.

Projétil

O porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, falou sobre os combates do fim de semana que deixaram milhares de pessoas desabrigadas.

Segundo Edwards, pelo menos três pessoas morreram e cinco ficaram feridas na manhã de sábado quando um projétil foi lançado em Ndosho, no subúrbio de Goma. Um segundo ataque, no mesmo dia, contra três acampamentos temporários deixaram mais de 14 mil deslocados internos.

Fogo Cruzado

O porta-voz do Acnur disse que os civis não podem ser alvejados no conflito. Segundo ele, a capital da província do Kivu Norte está repleta de civis que estão fugindo da violência desde o ano passado. De 2012 até agora, mais de 150 mil congoleses foram forçados a sair de suas casas para escapar do fogo cruzado.

O Acnur informou que a população está se refugiando agora no país vizinho, Burundi. Cerca de 60% deles são crianças.

A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, é comandada pelo general brasileiro, Carlos Alberto dos Santos Cruz.