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ONU preocupada com deslocamento de milhares de civis na RD Congo

ONU preocupada com deslocamento de milhares de civis na RD Congo

No leste do país, continuam confrontos entre forças do governo e rebeldes; agências humanitárias não conseguem ter acesso às áreas em conflito.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Numa altura em que prosseguem os confrontos entre forças do governo e rebeldes no leste da República Democrática do Congo, as Nações Unidas expressaram preocupação com a saída de civis da área.

O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse, esta terça-feira, em Genebra, que as agências humanitárias não conseguem ter acesso aos locais onde ocorrem os confrontos.

Longa Caminhada

Segundo Adrian Edwards, os refugiados que saem de Kamango caminham 12 horas até à fronteira com o Uganda. O centro de trânsito Bubukwanga, situado a cerca de 25 km da fronteira, já acolhe 15 mil refugiados e, destes, 60% têm menos de 18 anos de idade.

O porta-voz do Acnur afirmou que muitos civis levaram os seus animais e dormem nas tendas com patos e cabras, o que aumenta o risco de doenças.

Violência

Até ao fim da semana, o governo do Uganda deve fazer o registo eletrónico e dar início à movimentação de refugiados para o assentamento de Kyangwali. No local, devem receber pedaços de terra para atividades agrícolas e itens básicos de moradia.

Funcionários do Acnur em Bubukwanga também avaliam casos de violência sexual e de género entre as pessoas vulneráveis que chegam ao acampamento. Mas, segundo Adrian Edwards, ainda não foram encontradas provas dos atos.

A agência da ONU afirma ainda que os confrontos entre forças de governo e o grupo armado M23 continuam no Kivu Norte, sem sinais de cessação.

*Apresentação: Eleutério Guevane.