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ONU aborda tortura após promulgação de lei proibitiva na RD Congo

ONU aborda tortura após promulgação de lei proibitiva na RD Congo

Após monitorizar províncias, instituto apoiado pela organização fala de desafios significativos para erradicar a prática; julgados primeiros casos de agentes do Estado envolvidos nos atos. 

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas saudaram os progressos alcançados no combate à tortura na República Democrática do Congo, RD Congo, dois anos após a promulgação da lei que criminaliza a prática.

As primeiras condenações de agentes do Estado envolvidos nos atos já foram levadas a cabo, refere o Instituto Conjunto da ONU dos Direitos Humanos. A entidade é composta por técnicos da Missão da organização no país, Monusco, e o Escritório da alta comissária para a área.

Erradicação

Mesmo com os avanços, a entidade considera que persistem desafios significativos para a sua erradicação, após o registo de casos em algumas províncias monitorizadas e investigadas.

Entre os condenados, o instituto cita pelo menos cinco elementos do exército congolês, outros cinco da Polícia Nacional, um oficial do serviço de inteligência e um funcionário administrativo. A Lei que criminaliza a tortura foi promulgada a 9 de julho de 2011.

Esforços

Para que fossem ditadas as sentenças, que variam de seis meses a prisão perpétua, a entidade se referiu a esforços de apoio à investigação conduzida pelas autoridades judiciais.

Uma das ferramentas usadas foram os tribunais móveis, que resultaram na condenação de vários autores de tortura. O instituto refere ainda que organizou ações de sensibilização para abordar o conteúdo da lei.

Normas

A apontar progressos “consideráveis” também esteve o relator especial sobre a Tortura, Tratamento Cruel, Desumano ou Degradante, Juan Mendez.

Segundo disse, decorrem ações do Governo congolês  para garantir que a legislação nacional esteja conforme as normas internacionais e possa pôr termo ao ciclo de impunidade relativamente aos atos de tortura.

Mendez apelou às autoridades a assegurar que alegações de tortura ou de tratamento cruel, desumano ou degradante sejam investigados pela polícia e que os autores sejam responsabilizados pelos  atos.