ONU pede investigação independente e imparcial das 51 mortes no Egito
Nesta terça-feira, Navi Pillay reagiu ao anúncio do chefe de Estado interino um dia após os incidentes no Cairo; pelo menos 81 pessoas morreram desde o início da crise, na semana passada.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A alta comissária dos Direitos Humanos reiterou que as investigações das mortes desta segunda-feira no Egito devem ser conduzidas por uma entidade independente, imparcial e que os resultados sejam tornados públicos.
A informação consta de uma nota de Navi Pillay, emitida esta terça-feira, em Genebra, em reação ao anúncio do chefe de Estado interino egípcio, Adly Mahmud Mansour. O presidente teria dado ordens para investigar sobre o incidente que fez pelo menos 51 mortos entre manifestantes do antigo presidente no Cairo.
Calendário
Agências noticiosas apontam para a continuação dos protestos na capital egípcia, com os apoiantes da Irmandade Muçulmana a rejeitar um calendário para novas eleições, anunciado pelo presidente interino.
A porta-voz de Navi Pillay, Cécile Pouilly, pediu que todas as partes mantenham o caráter pacífico das manifestações.
Painel
Para a representante, o escritório tomou nota dos planos anunciados, nesta segunda-feira, pelas autoridades provisórias sobre a formação de um painel para alterar a constituição, a realização de um referendo sobre uma nova proposta constitucional e de eleições parlamentares. Sobre os planos rejeitados pela Irmandade Muçulmana, o escritório instou ao diálogo construtivo entre as partes, num processo amplo e inclusivo para que o país siga adiante.
Após as mortes, o Secretário-Geral condenou os atos e pediu que estas sejam averiguadas de forma exaustiva. Um apelo foi lançado aos egípcios para que façam de tudo para evitar uma escalada.
Máxima Contenção
Na sua nota, a alta comissaria pede máxima contenção aos militares e polícias, e que garantam o cumprimento das obrigações internacionais de direitos humanos e das normas internacionais de policiamento.
Deste o início da atual crise política, a 3 de julho, pelo menos 81 pessoas foram mortas e outras 1,3 mil ficaram feridas no país do norte de África.
Paradeiro Desconhecido
Na nota, a alta comissária diz que o paradeiro de Mursi continua desconhecido. O líder foi deposto pelo exército, na semana passada, após o início dos protestos em massa.
Pillay lembra às autoridades egípcias que quaisquer incidentes que resultem em mortes e ferimentos requerem uma investigação imediata, completa e transparente, e que os declarados culpados sejam levados à justiça.
*Apresentação: Denise Costa.