ONU preocupada com insegurança alimentar em Gaza e na Cisjordânia
Uma em cada três famílias palestinas tem dificuldade para colocar comida na mesa; alta do preço dos alimentos e baixos salários afetam alimentação de 1,6 de pessoas.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Duas agências das Nações Unidas estão preocupadas com a piora da segurança alimentar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde uma em cada três famílias palestinas tem dificuldade para se alimentar.
A diretora do Programa Mundial de Alimentos, PMA e o comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, visitaram uma vila de beduínos na sexta-feira, entre Jerusalém e Jericó.
Desemprego
Ertharin Cousin, chefe do PMA, disse que por conta da alta do preço dos alimentos e dos baixos salários, “1,6 milhão de palestinos não sabem de onde virá sua próxima refeição”.
Ela lembrou que a segurança alimentar é um componente vital para a paz sustentada na região. Além dos problemas citados por Cousin, resultados preliminares de uma pesquisa feita pelas agências da ONU mostram outros fatores que contribuem para a insegurança na alimentação dos palestinos.
Entre eles, a alta taxa de desemprego, a estagnação do crescimento econômico, problemas financeiros da Autoridade Palestina, a contínua ocupação de Israel na Cisjordânia e os bloqueios à Faixa de Gaza.
Mantimentos
Em Jericó, a chefe do PMA encontrou com civis que estão usando cupons eletrônicos fornecidos pela agência para comprar azeite, sal e outros mantimentos produzidos localmente.
Nos últimos três anos, o PMA colocou mais de US$ 100 milhões, ou R$ 200 milhões, na economia palestina por meio de compras locais feitas com os cupons eletrônicos.
A agência alcança 650 mil habitações na Palestina, onde vivem não-refugiados que sofrem com a falta de comida. Já a Unrwa fornece alimentos para mais de 1 milhão de refugiados palestinos no Oriente Médio.
Na Cisjordânia, o PMA e a Unrwa assinaram um acordo para fortalecer e ampliar as parcerias conjuntas.