TPI adia julgamento de Uhuru Kenyatta por quatro meses
Líder queniano é acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, mas nega as acusações; sessão inicialmente marcada para julho foi adiada para 12 de novembro para dar tempo de preparação aos advogados de defesa.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque. *
O Tribunal Penal Internacional, TPI, anunciou que o julgamento do presidente do Quénia, Uhuru Muigai Kenyatta, terá início a12 de novembro.
O órgão justifica a mudança da data, originalmente marcada para 9 de julho, com a necessidade de dar aos advogados de defesa mais tempo de preparação. O facto ocorreu devido ao atraso dos procuradores do caso em divulgar as provas contra o réu.
Assassinatos
Kenyatta é acusado de participar de cinco crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos, deportação ou transferência à força, estupro, perseguição e outros atos considerados desumanos. O presidente do Quénia nega todas as acusações.
Os crimes teriam sido cometidos durante a violência pós-eleitoral de 2007.
Testemunhas
Uhuru Kenyatta foi indiciado pelo TPI antes de vencer as eleições no Quénia, o que ocorreu em março deste ano. Além de Kenyatta foram acusados outros membros do antigo governo que compunha, e alguns indiciamentos foram cancelados por falta de provas contundentes ou falta de testemunhas.
O julgamento de Kenyatta, no entanto, foi mantido, e deve ser seguido pela promotora-chefe do tribunal, Fatou Bensouda, que liderou as investigações.
*Apresentação: Eleutério Guevane.