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TPI pede prisão de jornalista acusado de corrupção no Quênia BR

TPI pede prisão de jornalista acusado de corrupção no Quênia

Segundo o Tribunal Penal Internacional, Walter Barasa teria tentado subornar testemunhas do caso que envolve o vice-presidente do país, William Ruto; esta é a primeira vez que um suspeito é acusado de crime contra a administração da justiça.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Tribunal Penal Internacional, TPI, emitiu um mandado de prisão contra o jornalista Walter Barasa, do Quênia. Ele é acusado de vários crimes contra a administração judicial, incluindo corrupção.

Na sede do tribunal, em Haia, a promotora-chefe Fatou Bensouda anunciou, nesta quarta-feira, que o governo queniano recebeu o pedido de prisão imediata de Barasa.

Suborno

Bensouda afirmou existir evidência de que Walter Barasa tentou subornar uma pessoa que ele pensou que fosse testemunha no caso contra o vice-presidente do Quênia, William Ruto.

A promotora do TPI explicou que o tribunal fez uma investigação completa, baseada em alegações da interferência de testemunhas. As evidências coletadas sugerem que existe uma rede de pessoas que estão tentando sabotar o julgamento do vice-presidente.

Primeiro Caso

William Ruto é acusado de ser um dos responsáveis pela onda de violência que atingiu o Quênia após as eleições de 2007, quando mais de 1,2 mil pessoas morreram. Ele nega as acusações.

O mandado de prisão emitido nesta quarta-feira contra o jornalista Walter Barasa é o primeiro caso na história do TPI em que um suspeito é acusado de crimes contra a administração judicial.

Julgamento

O tribunal entende ainda que a prisão dele é necessária para garantir sua presença no julgamento. Se condenado, ele pode enfrentar cinco anos de prisão ou ter que pagar fiança.

Segundo agências de notícias, o TPI retomou nesta quarta-feira o julgamento do vice-presidente Ruto. A sessão havia sido interrompida na semana passada, após um ataque contra um shopping em Nairobi, que matou mais de 60 pessoas.

Na segunda-feira, o TPI tornou público um mandado de prisão emitido contra um ex-ministro da Côte d´Ivoire, ou Costa do Marfim. Charles Blé Goudé é acusado de crimes contra a humanidade, como assassinatos, estupros e perseguições cometidas no país em 2010 e 2011.