Setor privado vai investir “trilhões de dólares” na prevenção de desastres
Anúncio foi feito pelo Secretário-Geral da ONU durante o lançamento do Relatório Avaliação Global sobre Redução do Risco de Desastres, nesta quarta-feira; desastres naturais causaram perdas diretas de US$ 2,5 trilhões.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
O Secretário-Geral das Nações Unidas informou que o setor privado irá cooperar com uma quantia equivalente a “vários trilhões de dólares” para ajudar a prevenir os desastres em regiões consideradas de risco em todo o mundo.
Segundo a ONU, os prejuízos diretos causados por desastres são de cerca de US$ 2,5 trilhões, cerca de R$ 5 trilhões.
Parceria
O anúncio foi feito, nesta quarta-feira, em Nova York, pelo Secretário-Geral, Ban Ki-moon, durante o lançamento do Relatório Avaliação Global sobre Redução do Risco de Desastres.
O documento analisou a situação de 56 países. A quantia perdida com terremotos e ciclones, por exemplo, foi de US$ 189 bilhões, somente no ano passado.
Seguradoras e Bancos
Já os prejuízos causados por cheias, terremotos e secas foram subestimados em pelo menos 50%. Ban também pediu uma parceria mais forte com o setor privado incluindo os bancos de investimentos e seguradoras para reduzir os riscos.
Segundo a ONU, as perdas econômicas causadas pelos acidentes naturais estão saindo de controle. Ban Ki-moon pediu a líderes mundiais que incorporem o gerenciamento do risco de desastres em suas estratégias de investimentos.
Segundo ele, os governos são responsáveis por reduzir o risco de acidentes naturais, mas o nível do risco estaria ligado na forma e no local do investimento pelo setor privado, que concentra até 85% dos investimentos em novos prédios, indústrias e na infraestrutura de cidades em todo o mundo.
Interrupções
O relatório foi compilado pelo Escritório da ONU de Redução de Riscos de Desastres, Unisdr na sigla em inglês.
Os entrevistados para a pesquisa disseram que dos 1,3 mil negócios de médio e pequeno portes em seis áreas propensas a acidentes naturais no continente americano, cerca de 75% dos pesquisados tinham sofrido interrupções nos negócios por causa de linhas elétricas, comunicações ou serviços de água danificados.
Mas deste total, somente 14% das empresas com menos de 100 empregados tinham um plano para gerenciamento de crises.
Na próxima semana, especialistas do setor e membros das Nações Unidas irão debater o tema num encontro em Genebra.
* Apresentação: Edgard Júnior