Alerta para impacto da superlotação devido ao aumento de refugiados sírios
Acnur defende que março fechou com mais de 100 mil pessoas que atravessaram fronteiras do país; duplica número de vítimas de diarreia com menos de cinco anos em acampamento iraquiano.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, disse que a superlotação dos acampamentos de refugiados sírios teve impacto no saneamento, que já era inferior aos padrões humanitários aceitáveis.
Em nota, lançada esta terça-feira, em Genebra, a agência refere que mais de 1,2 milhões de pessoas fugiram da Síria para os países vizinhos até finais de março. O número equivale a um aumento de cerca de 100 mil refugiados em relação ao mês anterior.
Partilha de Tendas
Os locais são caracterizados pela limitação de espaço e pelo aumento da vulnerabilidade a surtos devido à subida de temperaturas.
A agência citou o exemplo do acampamento iraquiano de Domiz, a oeste, com cerca de 35 mil refugiados sírios. Milhares de famílias partilham tendas com os recém-chegados, e estima-se que outros 3,5 mil agregados não tenham abrigos próprios.
Crianças
Nas últimas semanas, o número de crianças com menos de cinco anos a sofrer de diarreia duplicou entre a população refugiada.
Por outro lado, o Programa Mundial da Alimentação, PMA, pediu às partes em conflito que permitam a passagem da ajuda humanitária de uma forma segura para as zonas em disputa.
Violência
Para a agência, o ciclo crescente de violência impede que a ajuda alimentar chegue a várias milhões de pessoas vulneráveis na Síria. Estima-se que o conflito que opõe as forças governamentais e rebeldes já tenha feito mais de 70 mil mortos desde que iniciou, há dois anos, no país do Médio Oriente.
Em março, o PMA disse ter distribuído alimentos a cerca de 2 milhões de pessoas nas 14 províncias da Síria. A agência apontou que os desafios são mais acentuados nas áreas rurais, incluindo os arredores de cidades incluindo a capital Damasco, Alepo e Idlib.