Unesco diz que mundo tem que produzir mais livros em línguas locais
Apelo marca o Dia Internacional da Língua Materna, neste 21 de fevereiro; data foi instituída pela Conferência Geral da Unesco para promover diversidade cultural e multilinguismo.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas marcam, neste 21 de fevereiro, o Dia Internacional da Língua Materna. A data, estabelecida pela Unesco em 1999, pretende chamar a atenção para a diversidade cultural e o multinlinguismo no mundo.
Este ano, o Dia Internacional tem como tema “Livros para Educação na Língua Materna”. Segundo analistas, um dos maiores desafios para crianças que vivem ou nasceram no exterior é justamente ter acesso a livros didáticos que ensinem o idioma falado pelos pais.
Integração
De acordo com a Unesco, as línguas têm um papel vital no processo de integração em todos os aspectos da vida pública assim como na educação.
Nesta entrevista à Rádio ONU, o diplomata Miguel Dialamicua falou sobre a riqueza das línguas locais em Angola incluindo a sua própria língua materna: o quicongo
“Eu aprendi o kikongo, que veio comigo. O português é a língua que aprendi na escola. Mas em Angola, temos cerca de 20 e tal línguas. Mas temos as principais que são: quicongo, quimbundo, konhama, umbundo. O português é a língua oficial, sem a qual seria muito difícil nos comunicarmos em todo o território nacional. Em alguns casos, a língua portuguesa já é a língua materna de muitos angolanos.”
Ilha da Páscoa
No Dia Internacional da Língua Materna, a Unesco lembra ainda que o mundo tem mais de 6 mil línguas. E que elas estão entre os tesouros mais preciosos, e ao mesmo tempo mais frágeis da humanidade.
Uma das especialistas entrevistadas pela Unesco para a data, Viki Haoa Cardinali, disse que a perda de uma língua torna-se um problema social, cultural, e segundo ela, até mesmo espiritual.
Uma das fundadoras da Academia Rapa Nui de Língua, ela ensina a língua local, de origem polinésia, aos habitantes da Ilha de Páscoa, que pertence ao Chile, e está localizada no meio do Oceano Pacífico.
Há várias décadas, os moradores da Ilha de Páscoa, passaram a se comunicar mais em espanhol que em rapa nui, levando a uma queda no número de falantes do idioma materno.