Visita à Síria choca diretores de emergência da ONU
Ocha pede apoio psicológico para as crianças e alerta sobre a falta de acesso à escola; ONU fez apelo de U$ 1,5 milhão para ajuda humanitária.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
Um grupo de diretores de emergência das Nações Unidas revelou ter ficado chocado, após uma visita às cidades sírias de Taklbiseh e Homs.
O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, anunciou esta terça-feira o término da visita ao país da equipe de sete representantes de agências humanitárias da organização.
Cuidados
O grupo passou por três outras cidades incluindo a capital, Damasco. De acordo com o Ocha, a visita foi feita pelo contato com os próprios residentes que necessitam de alimentos, cuidados de saúde e acesso à água potável.
Nas duas cidades, foi igualmente constatada a necessidade de apoio psicológico para as crianças, o acesso à escola e o cenário de edifícios reduzidos a escombros.
Conflito
A ONU lançou um apelo de US$ 1,5 bilhão para a Síria, aproximadamente R$ 3 bilhões, que vão ser usados durante os próximos seis meses.
Desde o início do conflito, em março de 2011, calcula-se que 650 mil pessoas deixaram o país devido a confrontos entre as forças do governo e da oposição.
Conferência Humanitária
A visita liderada pelo diretor de operações do Ocha, John Ging, encerrou horas após uma reunião entre o Secretário-Geral, com o representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, em Nova Iorque.
Ban Ki-moon e Lakhdar Brahimi abordaram a realização de uma conferência humanitária para a Síria no Kuwait, na semana que vem.
Destruição
Uma nota divulgada após o encontro, indica que constam da agenda dos assuntos que serão debatidos uma via diplomática para resolver o conflito, a situação de segurança e de direitos humanos.
Ambos revelaram desapontamento com o que chamaram “níveis de assassinato e destruição perpetrados tanto pelo Governo como pela oposição. De acordo com a nota, o conflito é alimentado por forças externas que fornecem armamento às duas partes.
Ban e Brahimi manifestam consternação com a ausência de uma postura internacional unificada, que segundo eles, poderia levar a uma transição de acordo com a declaração de Genebra, de Junho do ano passado.
* Apresentação Edgard Júnior