Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU ajuda africanos a criar força de defesa ao Exército de Resistência do Senhor

ONU ajuda africanos a criar força de defesa ao Exército de Resistência do Senhor

Movimento rebelde nascido no Uganda, tem atacado populações de países vizinhos nos últimos 10 anos; nas últimas semanas a violência ressurgiu na República Democrática do Congo.

[caption id="attachment_209932" align="alignleft" width="350" caption="Civis afetados pela presença do LRA "]

Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.

As Nações Unidas e a União Africana, UA, vão ajudar quatro países do continente a criar uma força militar conjunta de combate aos rebeldes do Exército de Resistência do Senhor, LRA, e do seu líder Joseph Kony.

Em conferência de imprensa através do vídeo link na sexta-feira desde a cidade ugandesa de Entebbe, o enviado especial da União Africana para o tema do LRA, Francisco Madeira, apresentou a estratégia regional da criação dessa força militar.

Força conjunta

A operação que já era intenção do Conselho de Segurança da ONU em 2011 terá sede na cidade de Yambio, no Sudão do Sul e perto da fronteira com a República Democrática do Congo.

De acordo com Madeira, a operação será composta das forças armadas do Uganda, da República Centro Africana, do Sudão do Sul e da RD Congo.

Os quatro países concordaram em movimentar-se e atravessar a fronteira para combater a LRA.

Criado em 1980 no Uganda, o Exército de Resistência do Senhor foi responsável por 15 anos de ataques a civis e forças armadas em território nacional. Depois de serem expulsos em 2002, os rebeldes do LRA passaram a espalhar o terror nos países vizinhos, através do recrutamento de crianças, violações, mortes, mutilações e escravatura sexual.

YouTube

Este mês, um realizador norte-americano publicou no YouTube e nas redes sociais um vídeo sobre o LRA e o seu líder Kony.

Presente na conferência, o representante especial do secretário-geral e chefe do Escritório da ONU para a África Central, Unoca, Abou Moussa, falou desse vídeo.

Moussa disse que apesar de controverso, o vídeo conseguiu angariar uma atenção sem precedentes e aumentou a preocupação geral sobre as atividades do LRA.

Embora exista uma estimativa de diminuição do número de efetivos no grupo rebelde LRA, a ameaça continua a ser grande, segundo a ONU.

Há relatos de que nas últimas semanas o LRA atacou civis em várias zonas da República Democrática do Congo.